quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pra quê?

Desde de pequena eu sempre gostei das coisas da minha avó. Eu achava lindo os anelões, colares de pérolas, xales e lenços de seda. Mas depois o tempo vai passando, a criança vai crescendo, a modinha vai se infiltrando na criança através das colegas de escola. E quando menos se percebe A individualidade de cada criança já foi completamente abolida pelo modismo da adolescência. Mas eu não. Talvez por causa dos ensinamentos da minha mae, que sempre diz que devemos ser autenticos. Por isso eu não me deixei levar pelo modismo. É estranho falar de mim mesma, é como 'puxar o próprio saco'. A verdade é que eu cresci aprendendo a ver e respeitar as coisas ao redor, para depois compreendê-la e Julga-la. Assim com as musicas, garotos, livros e moda. Não é porque a musica é o primeiro lugar no Top 10 que ela é boa. Eu desenvolvi um gosto musical bem próprio, oras, eu gosto de Salsa. Quem em São Paulo, com 15 anos e sem parentes no Peru gosta de salsa? Provavelmente ninguem , mas a pergunta que eu faço é a seguinte, como as pessoas dizem que não gostam se elas ao menos conhecem? Meus filmes favoritos são da década de 40, alguns foram gravados antes mesmo da minha vó ter nascido. O ator que eu mais admiro se estivesse vivo teria uns 100 anos. E por esses motivos sempre me dizem que eu tenho gosto de Vó. O que particularmente não me incomoda por que é uma verdade. Eu sempre me pego imaginando como seria legal ter nascido há uns 70 anos atras, estranho né? Estranho porque? Por que é diferente? E por que é estranho ser diferente? Não somos todos diferentes uns dos outro? Pelo menos deveriamos ser. Mas se você olhar ao redor, as pessoas a sua volta, analisar seus parentes e seus amigos você vera como as pessoas de uma mesma classe, casta ou credo são iguais, ordinariamente parecidas. Parte daí o meu gosto pelas pessoas, incomumente eu não via graça no menino mais lindo da escola, mesmo sem saber porque. Mas hoje eu entendo, eu gosto mesmo das pessoas por dentro, da pra acredita que eu to falando sério?Eu gosto de gente espontanêa, sem frases feitas, gente diferente, esquisita, que tem opinião própria, gente que tem mais a dizer do que simplesmente os acontecimentos do escritório. Pessoas que não apegas a convenções, que sabem criar um ponto de vita sem precisar de um cigarro. Eu amo a beleza, o bonito faz bem pra vista, talvez pelo meu signo isso seja tão importante pra mim. A diferença está em onde a beleza é vista, pra mim não há nada mais moderno, arquitetonicamente falando, do que uma parede de tijolos vermelhos mal rebocada. Não tem livro mais interessante do que aquele com a capa mais velha e as paginas mais amarelas e emboloradas da pratileira. Também dessa maneira eu encaro a moda. Se eu gosto? Eu adoro! A minha maneira é claro, e também é verdade que nesse ponto eu mantenho-me fiel a meus pensamentos infantis. Passa ano, vem ano, as coisas da vovó continuam lindas. E é nesse contexto que eu procuro integrar o moderno com o antigo (velho não, ein!), é um modo que eu encontro de externar meus pensamentos, é a reflexão do interior atravez do externo e superfulo. Afinal de contas é pra isso que serve a moda né? E é por isso que eu ouço críticas constantes vinda das minha amigas a respeito de tudo que eu gosto. Mais uma vez , eu repito, Não que isso me incomode. Mas sim , me surpreeende que as pessoas falem das diferenças com certa indignação enquanto o que me indigna é o a naturalidade com que elas aceitam ser apenas mais um na multidão. Eu só espero nunca me permitir ser englobada por tamanha massa.

Nenhum comentário: